Foi divulgado pela família na manhã do domingo (10), o falecimento de Maurício Vicente de Oliveira, conhecido como Mauricinho Hippie, um ícone da cultura goianiense. Ele faleceu aos 84 anos e a causa da morte não foi divulgada, o artista estava internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol).
Em nota pelas redes sociais a família se despede e destaca a importância de Mauricinho para Goiânia:
“Goiânia perde uma das figuras mais folclóricas de um passado recente. A cultura e a arte, perde um dos seus maiores artista plástico que militou pelas galerias de arte de Goiânia. O movimento Hippie do passado, perde um dos seus criadores, o qual, deu nome à praça Hippie de Goiana e a música perde um acordeonista de exacerbado talento único. Falamos de Maurício de Oliveira da Costa, o Mauricinho, que deixa suas histórias criadas pelas ruas de Goiânia. Sua figura única, sua irreverência, suas roupas extravagantes, a qual, realmente chamava a atenção pela sua maneira de vestir. Sua Arte permanecerá sempre entre nós, sua figura única estará tatuada em cada cidadão goiano e sua maneira de ser, ficará eternizada na arte goianiense”
Quem foi Mauricinho Hippie?
Nascido em Minas Gerais, Mauricinho se mudou para Goiânia aos 9 anos de idade e ficou conhecido como um personagem inesquecível das ruas goianienses entre os anos de 1960 e 1990. Tinha um estilo mais extravagante, autentico e chamava atenção por onde passasse com seus animais, bicicletas coloridas e instrumentos.
Era um artista plástico que militava pelas galerias de arte da cidade, declamava poesias pelas ruas do centro e fazia apresentações artísticas vestido de personagens, além de ser um dos pioneiros na luta LGBTQI+ na capital goiana.
Mauricinho foi um dos criadores da Feira Hippie, ele juntamente com outros 20 a 30 artistas hippies expunha suas mercadorias, entre artesanato e artes plásticas, na região do Parque Mutirama. Foi lá que surgiu a maior e mais antiga feira de Goiânia, que atualmente se estabelece na Praça do Trabalhador.
Com 12 anos, começou a estudar acordeom na Academia Mascarenhas, e ficou por lá durante seis anos. Fez também teoria e solfejo no antigo Conservatório da UFG e iniciou o curso livre de artes, na Escola de Belas Artes, mas interrompeu no primeiro ano.
No final de seus estudos, Mauricinho tocava piano, acordeom, órgão e violão, além de ser artista plástico, era músico, compositor, ativista e fabricava suas próprias roupas.
Em 1995, acabou se afastando das passeadas frequentes pelas ruas de Goiânia, após sofrer um acidente onde perdeu um dos pés. Mesmo colocando prótese, ele optou por ter uma vida mais reservada saindo de casa apenas para festas e reuniões de amigos e familiares
Assim como concluiu sua família na mensagem, as artes, obras e personalidade de Mauricinho sempre será um marco na cultura goianiense.